quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Alguns resultados preliminares: um primeiro esboço

Estado colonial & estado socialista versus estado multipartidário
38 A partir duma primeira abordagem do material empírico recolhido na cidade de Tete em 2004, apresentam-se apenas algumas hipóteses interpretativas. O prosseguimento das pesquisas permitirá consolidá-las (ou não).
39 Uma primeira tese que se equaciona tem a ver com o seguinte: se, em termos de divisão «tradicional» ou institucional da evolução de Moçambique (como no geral das ex-colónias, particularmente as africanas) tendemos a dividir o tempo político entre a fase colonial e a fase pós-colonial, sendo essa viragem um marco cronológico por excelência, quando analisamos a evolução do estado a partir das representações sociais hoje existentes, consubstanciadas em torno de modelos de actuação do estado (estado colonial; estado pós-colonial socialista; e estado pós-colonial multipartidário), isso é, de algum modo, posto em causa. Sem negar a importância da diferenciação entre o colonial e o pós-colonial, uma primeira análise das entrevistas permite realçar com nitidez a tendência, no pensamento social sobre o político, para estabelecer um outro marco separador do tempo histórico do estado: por um lado, o estado multipartidário da II República (desde os anos 90) e, por outro lado, o estado autoritário (englobando o estado colonial e estado pós-colonial socialista).
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