quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Behind the Lines”: Um olhar cinematográfico no combate ao colonialismo

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Maputo, Quinta-Feira, 16 de Setembro de 2010:: Notícias
Margaret_dickison OS documentários valem sempre pelo que nos transmitem. Mas também por quem os faz, uma vez que o talento é uma espécie de passaporte para a credibilidade de seja qual for o criador. É o que se pode dizer do filme “Behind the Lines”, da cineasta britânica Margaret Dickinson, que filmou em 1970 no Niassa, em plena guerra de libertação nacional. Em pleno Dockanema, o festival de documentários que decorre em Maputo até domingo, deparámo-nos com este filme interessante tanto pelo título como – mais importante ainda – pelo conteúdo.
“Behind the Lines” estreou ontem no festival, tendo sido projectado no cinema Scala, sala que, por conta do Dockanema, recuperou um movimento que nos faz recordar tempos em que, de facto, era uma referência no calendário cinematográfico da capital do país. Tem sido interessante ver as romarias que os habitantes da nossa capital têm feito tanto àquela sala da baixa da cidade como a outros recintos que acolhem o quinto festival internacional que exalta uma vertente cinematográfica que consagrou Moçambique.
No filme, Margareth Dickinson, que está em Moçambique, quis partilhar com os que assistem o seu filme os sentimentos e sensações que os moçambicanos, que estiveram nas matas a combater o regime colonial português, experimentavam no dia-a-dia dessa batalha, iniciada há quase 46 anos, e que culminaria, de facto, com o hastear da bandeira da nossa república a 25 de Junho de 1975, tendo de permeio os Acordos de Lusaka.
Integrado no Dockanema, o filme poderá ser visto também hoje, pelas 20 horas, no Teatro Avenida. Na sala do “Mutumbela Gogo” assistir o filme poderá também, a partir das 16:00, “Cinema Moçambicano: assim estamos livres”, dos portugueses Sílvia Vieira e Bruno Silva, “Amílcar Cabral”, Ana Ramos Lisboa, “Mwana”, realizado por Luís Chaves e “Sob a Poeira da Estrada”, do mesmo realizador.
No Centro Cultural Brasil-Moçambique serão projectados “Filhos de João” (Henrique Dantas/Brasil), “Sérgio, um Cidadão do Mundo” (Greg Barker/EUA); no cine-teatro Gilberto Mendes pode-se assistir a “One Goal” (Sergi Agusti/Serra Leoa-Espanha), “A Bola” (Orlando Mesquita/Moçambique); “João” (André Iki Siqueira e Bento Macedo/Brasil), e Fahranheit 2010 (Craig Tanner/EUA).
O “Scala” acolhe a projecção de “Intervalo”, de Nelson Mabuie, “Olhem” (Eliane Beenson/Moçambique), “Khanimambo Moçambique” (Constante Latourte/ Moçambique-Chile), “Reconquistando a Camisinha” (Bert/Moçambique) e “A Ponte” (Diana Manhiça/Moçambique). A Faculdade de Letras e Ciências Sociais da UEM, também palco do Dockanema, terá “Lobolo” (Irene Norgaard/Moçambique), “As Damas de Ferro da Libéria” (Daniel Jungue/Libéria); “A Bola” (Orlando Mesquita/Moçambique), “Mundialito” (Sebástian Bédnarik/Uruguai) e “A Batalha de Argel” (Gillo Pontecorvo/Itália).
O cinema Xénon, o último palco do Dockanema 2010, exibirá “Maradona by Kusturica”, produção hispano-francesa de Emir Kusturica, um realizador que se considera “o maior fã” da ex-estrela argentina do futebol Diego Armando Maradona.

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