sábado, 4 de agosto de 2012

HISTÓRIA - Governo português tenta distorcer história colonial

03/06/2009

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UM número considerável de académicos proeminentes especializados na pesquisa da história dos países africanos de expressão portuguesa e do colonialismo português escreveram uma carta aberta em três línguas, nomeadamente inglês, português e francês, para denunciar a última tentativa do governo de Portugal de distorcer o passado sangrento da sua expansão colonial em África.
Maputo, Quarta-Feira, 3 de Junho de 2009:: Notícias
Actualmente, o governo e instituições portuguesas, tais como a Universidade de Coimbra, estão a organizar um concurso internacional designado por “As Sete Maravilhas Portuguesas no Mundo”.
Estas maravilhas consistem em monumentos construídos em todo o mundo, a maioria dos quais durante o auge do poderio colonial português.
De facto, alguns destes monumentos são impressionantes – mas a nota explicativa trata os mesmos como se não fossem mais do que obras-primas de arquitectura. A partir da literatura que acompanha o concurso ninguém seria capaz de adivinhar que durante muitos séculos vários destes locais desempenharam um papel chave no comércio de escravos através do Oceano Atlântico.
Estimativas indicam que durante o comércio de escravos cerca de 12 milhões de africanos foram raptados e transportados através do Atlântico. Portugal e a sua antiga colónia, o Brasil, foram responsáveis por pelo menos metade deste número.

ESCRAVATURA FOI UMA VERGONHA QUE PORTUGAL PREFERE CONTORNAR

Maputo, Quarta-Feira, 3 de Junho de 2009:: Notícias
O comércio de escravos é dos factos mais notáveis da história da expansão colonial portuguesa, mas que foi deliberadamente omitida do concurso “As Sete Maravilhas Portuguesas”.
A carta aberta nota que nas últimas duas décadas “vários países europeus, americanos e africanos vêm afirmando a memória dolorosa do comércio de africanos escravizados e valorizando o património que lhe é associada”.
Alguns dos países que também praticaram o comércio de escravos, entre as quais se destacam a França, reconhecem a escravatura como tendo sido um crime contra a humanidade, razão pela qual este país europeu adoptou a data 10 de Maio como o “Dia Nacional de Comemoração das Memórias do Tráfico Negreiro, da Escravatura e das suas Abolições”.
O Vaticano, que outrora também foi cúmplice da escravatura, já pediu desculpas pelo papel que desempenhou. Esse pedido de desculpas foi feito publicamente pelo Papa João Paulo II quando, em 1992, visitou a Casa dos Escravos na Ilha de Gorée, ao largo da costa do Senegal.
Vários presidentes, cujos países estiveram profundamente comprometidos com o comércio de escravos, incluindo o brasileiro Lula da Silva, e os norte-americanos Bill Clinton e George W. Bush, seguiram o exemplo, condenando os malefícios do comércio de escravos e o passado trágico dos seus países.
Em 2007, a Grã-Bretanha comemorou o seu segundo centenário da abolição do comércio de escravos, tendo o então Primeiro-Ministro, Tony Blair, manifestado o seu pesar pelo papel do seu país na escravidão de muitos africanos.
Portugal, ao invés, refere a carta, está a tentar remar contra a maré do reconhecimento e arrependimento.
A lista das Sete Maravilhas inclui a cidade histórica de Luanda, actual capital de Angola, a Ilha de Moçambique, que foi a primeira capital de Moçambique, Ribeira Grande, na Ilha de Santiago, em Cabo Verde, e o Castelo São Jorge da Mina (também conhecido por Castelo Elmina), no Gana.
Todos estes locais estiveram profundamente envolvidos no comércio de escravos, facto que é sistematicamente omitido na literatura do concurso Sete Maravilhas.
A excepção de um único caso: o texto das “Sete Maravilhas” chegou ao cúmulo de afirmar que o Castelo Elmina foi entreposto de escravos somente a partir da ocupação holandesa, em 1637.
Esta parece ser mais uma tentativa de insinuar que apenas os holandeses eram praticantes da escravatura, e não os portugueses.
Contudo, a carta aberta nota que os portugueses construíram o Castelo Elmina, em 1482. Foi um entreposto de escravos, embora também tenha servido para o comércio de ouro e de outros produtos. Porém, não existe margem de dúvida de que um grande número de escravos passaram através de Elmina, quando ainda se encontrava sob o controlo dos portugueses, e que acabaram sendo levados para o Brasil.
A carta refere que “para ser fiel à história e moralmente responsável, consideramos que a inclusão desses ‘monumentos’ no dito concurso deveria ser acompanhada de informações completas sobre o papel deles no tráfico atlântico, assim como sobre seu uso actual”, (Por exemplo, O Castelo Elmina é actualmente um museu que mostra a história da escravatura).
Segundo os signatários da referida carta, o governo português e os organizadores do concurso “ignoraram a dor daqueles que tiveram seus antepassados deportados desses entrepostos comerciais e muitas vezes ali mortos”.
“Será possível desvincular a arquitectura dessas construções do papel que elas tiveram no passado e que ainda têm, no presente, enquanto lugares de memória da imensa tragédia que representou o tráfico transatlântico e a escravidão africana nas colónias europeias?”, questionam os autores da carta aberta.
“Em respeito à história e à memória dos milhões de vítimas do tráfico atlântico de escravos, viemos através desta carta aberta repudiar a omissão do papel que tiveram esses lugares no comércio atlântico de africanos escravizados”, conclui a carta, descrevendo o concurso como sendo uma tentativa de banalizar e apagar a história “em prol da exaltação de um passado português glorioso expresso na suposta 'beleza' arquitectónica de tais sítios de morte e tragédia”.
A carta é assinada por várias dezenas de académicos de varias universidades em África, Europa, América do Sul e do Norte.
Por isso, os autores da carta aberta decidiram lançar uma petição “on-line” contra a distorção da história, que toda a gente poderá assinar, e que se encontra disponível no endereço : http://www.petitiononline.com/port2009/petition.html
  • PAUL FAUVET, da AIM

Comments

1
Ricardo Martins Soares said...
Prezados senhores
Alguem deveria encaminhar a quantos se escandalizam com a iniciativa das 7 maravilhas portuguesas no mundo a seguinte historia, que li algures há uns tempos atrás observada por um intelectual (acho que foi o escritor norte-americano Hemingway mas não tenho a certeza) quando comparou a civilizadíssima Suiça à não tão "civilizada" Itália.
"A Itália sofreu tiranias, guerras, carestias e tantos horrores mas ofereceu ao mundo um Galileu, um Leonardo da Vinci, um Michelangelo, o Renascimento inteiro, etc., etc. E a Suiça, que contribuição deu a este mundo? - o relógio do cuco!!!
Sem dúvida que um Portugal formato Suiça seria muito mais simpático a quntos criticam seu passado colonial. Mas não são os países "bonzinhos" que fazem a história...
Por isso aos organizadores da iniciativa as 7 maravilhas portuguesas no mundo, que eu tenho a certeza estarem todas elas aqui no Brasil, vos digo: toquem a caravana e deixem os cães ladrarem!
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carla sousa said...
Não sei quem é o senhor Luis Olivares, mas sei que o seu comentário defende que são só monumentos, belos monumentos inocentes, subentende-se, o que é de uma PROFUNDA INJUSTIÇA E INSENSIBILIDADE. Quem é o senhor Luis Olivares para se arvorar em acusador de todos os governos africanos? Sobre Moçambique convido-o a ler um livro que se chama qualquer coisa como há mais bicicletas, mas há desenvolvimento? É que a corrupção é em grande parte produzida por mecanismos de organizações internacionais preversas que dão com uma mão e tiram com a outra. E quanto à nova escravatura (TERMO QUE SÓ PODE TER SIDO APLICADO EM SENTIDO FIGURADO), o mesmo. Veja-se por exemplo na Europa o triunfo democrático de partidos xenófobos e de acontecimentos sistemáticos de racismo e descriminações culturais, económicas e sociais. Já alguma vez pensou no que dizem ou pensam, os nossos irmãos do Norte da Europa sobre o Sul da Europa? Há um problema Norte/Sul em todas as latitudes qe me abstenho de debater aqui. É só uma chamada de atenção, para reflexão. E j+a agora para não misturar alhos e bugalhos.
Eu faço investigação na Ilha de Moçambique , exactamente sobre o património.Sou uma investigadora portuguesa, nascida em Moçambique, orgulhosa de ambos os factos; naturalidade e nacionalidade e, por isso mesmo, acharia interessante se a ideia fosse outra.
Por partes.
Em primeiro lugar não existem monumentos sem sentidos. Retirar-lhe os significados é por si só empobrecê-los. Em segundo lugar, uma vez assumidos os significados que tiveram e que têm hoje, como parte do património desses paises e não de Portugal, seria uma oportunidade de respeitar os outros respeitando-nos a nós por isso. Nunca, mais um momento, senhor Luís Olivares, para novos insultos.
A ilha de Moçambique é hoje património mundial porque o governo Moçambicano apresentou uma candidatura à Unesco e hoje procura salvá-lo e salvar as populações. Ou pensa que são os portugueses numa inicativa menor que vão ensinar alguma coisa aos moçambicanos?
É que os Moçambicanos estiveram lá no ínicio, a construir a maravilha, num trabalho em regime de escravatura, a arrancar a pedra do chão, a servir a maravilha, ou seja aqueles que a habitaram e para quem foi contruída, e a serem comerciados através da maravilha. Depois estiveram a pedir que a considerassem Património da Humanidade. Que lição, não é?
Em terceiro lugar, a ilha tem hoje uma população, em grande parte constituida por refugiados da guerrra civil. Ser refugiado de uma guerra civil é duro. O que podem os defensores da maravilha fazer por eles que são também hoje os guardiões desse património? O que sabem deles e de si? Eu descobri que durante a presença protuguesa, lá para o século XIX, depois da escravatura lembrou-se o poder local, de fazer a proposta de um muro para separar a cidade branca, de pedra e cal, da cidade negra, de caniço. Hoje vim aqui encontrar, mutatis mutatis, um discurso cego, de novo dividindo o monumento branco e belo e os governos negros e sujos. O que é isto? Que tal pensarmos antes em solidariedade? Em agradecimento? Que tal abandonar estas dicotomias e aproveitar a ocaisão para reescrevermos a nossa história direitinha, como eu quero que os meus filhos e netos a saibam, e que não tenham por isso vergonha ou raiva, mas uma atitude responsável. É assim que fazem em muitos países ex-colonizadores da Europa e em Portugal também. Um esforço constante desde que vivemos em democracia.
Se eu tivesse tido ocasião de subscrever o documento contra esta inicativa, o que teria feito sem duvida, pediria também que ao menos a trasnformassem depois de conhecerem um lado mais sério da questão. Mas faço-o agora: - aos que defendem esta inicativa que a iluminem pela verdade e até, quem sabe, pela solidariedade. Era o que eu gostava que o amargurado senhor Luis Olivares e outros senhores com identicas opiniões, fizessem. Não por piedade, mas por civismo. Estes mesmos senhores têm como medidas do mundo as mais sórdidas realidades, que utilizam para comparar e se desresponsabilizar. A Unesco que decidiu sobre a Ilha de Moçambique, como património da humanidade nunca a dissociou da Escravatura. Existe de resto um dia para lembrar a escravatura no mundo. A história por vezes repete-se. É por isso que não se pode esquecer. É por isso que deve ser lembrada. Pela humanidade.

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Luis Silva said...
Segundo a Wikipédia, a enciclopédia livre, "o abolicionismo foi um movimento político que visou a abolição da escravatura e do comércio de escravos. Com antecedentes no pensamento e na doutrina dos papas, desenvolveu-se durante o Iluminismo do século XVIII, e tornou-se uma das formas mais representativas de activismo político do século XIX até à actualidade".
temos assim que dois séculos já passados ainda aparecem umas "cabecinhas pensadoras" que agarradas ao pensamento antigo ou`ao desejo de serem notados, continual nesse activismo político. Pior que isso, conseguem angariar seguidores tal como qualquer seita religiosao o consegue porque também é verdade que muitos, em vez de massa encefália, terão areia dentro da cabeça.
As obras arquitectónicas que aquelas "cabecinhas iluminadas" estão
a contestar, não são mais que isso e apenas isso: obras arquitectónicas, e a votação que surgir irá classificá-las pelo gosto, desejo ou importancia que cada um lhe atribuir.
Em que mundo estavam, ou por onde andavam, esses "inteligentemente iluminados" quando se votaram as 7 Maravilhas do Mundo Antigo ou as 7 Maravilhas do Mundo Moderno?
Por acaso se preocuparam em discernir sobre qual a mão de obra que, no Mundo Antigo, construiu a Grande Pirâmide de Gizé, no Egipto?
Por ventura, magicaram sobre quem, no Mundo Moderno, construiu a Grande Muralha da China, o Templo Machu Picchu, no Perú, ou o templo Chichen Itza, no México? E que horrores para a humanidade estão estão associados a estas duas obras, hoje consideradas Maravilhas do Mundo?
E já agora, para os "catedráticos à distância" que, provavelmente nem quizeram leccionar nos seus próprios países. lembra-se que em 12 de Fevereiro de 1761, Portugal tornava-se pioneiro na abolição da escravatura. Depois de si, seguindo o seu exemplo, seria a França em 1794, o Brasil em 1798; os Estados Unidos de 1789 até 1830 e o Reino Unido em 1833. A Espanha só o faria em 1873 para Porto Rico e deixaria Cuba para mais tarde.
Alguém já aqui o disse e eu subscrevo, haja decência intectual. Não se misturem as coisas,não se confundam obras com comportamentos e, muito menos, se procure arrastar ou envolver pessoas menos avisadas só porque a petição é supostamente assinada por um grupo ávido de protagonismo.
L.S.
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FM said...
Eu continuo na minha santa ignorância a pensar que seria preferivel, dado que os problemas são tantos e tão grandes, concentrar as atenções no que ainda se pode resolver, em vez que continuar os próximos 500 anos a remoer a história para arranjar desculpas e distrair o povo das crises de cada pais, em vez de arranjar soluções para os problemas de hoje e amanhã.
Born Slave in Mauritania
http://www.youtube.com/watch?v=DLJqG_X6UGs&feature=fvw
Slave Nation - Brazil
http://www.youtube.com/watch?v=5i3UKmcZU_0&NR=1
Slave Trading - Sudan
http://www.youtube.com/watch?v=L_PB0lg2TSc&NR=1
Sex Slaves - Israel/Palestine
http://www.youtube.com/watch?v=cJnnd7vavfI
Para os eruditos, nomeadamente historiadores, economistas e especialistas em defesa das nações, gostaria de ver mais comentários nos mass media sobre os estudos e conclusões de Dambisa Moyo (Zambia) acerca de como resolver os actuais problemas de África, vendo a história, a economia e os problemas de segurança dos povos dai decorrentes, sem remoer o passado, sem pedir mais dinheiro, sem inventar mais teorias da conspiração. Vamos a um debate que valha a pena?
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Carlos Lopes Bento said...

Os autores da Carta mostram desconhecer ou ocultar a verdadeira História da Colonização Portuguesa ou, se quiserem, do Colonialismo Português.
Esses senhores têm a sua História, que peca pela parcialidade, explicam os factos-apenas aqueles que servem os seus desígnios políticos e ideológicos- fora do contexto de cada época, que está longe de corresponder à verdadeira realidade colonial vivida por gerações anteriores.
Ignoram, por exemplo, entre muitas realidades, o pioneirismo e os esforços que a Nação Portuguesa desenvolveu, especialmente, a partir do século XVIII e até ao século XX, para a abolição da escravatura e na proibição do tráfico de escravos. Nas sensatas e avisadas de Pedro Pires, Ilustre Presidente da República de Cabo Verde, proferidas no passado mês de Março:
“"A história deve ser reelaborada, ou melhor, aperfeiçoada, de forma sistemática, porque há distorções a corrigir, omissões a regular e esquecimentos ou vazios premeditados a rememorar. Cabe aos historiadores de hoje rever a situação, na medida em que não precisam de justificar os factos, devendo, tão-somente, narrá-los de forma objectiva, realista e científica", frisou Pedro Pires.”(1)
De acordo com esta perspectiva, devemos todos contribuir para construir uma história sistemática, objectiva, verdadeira, que não envergonhe ninguém, que mostre às novas gerações dos PALOP'S, as virtudes e malefícios do domínio português no Mundo.
(1)- Ver: http://www.macua.blogs.com/, Março 2009.
Carlos Bento. Almada.
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Mussandipata said...
Senhores, concordo e discordo com muito que já foi escrito.
Mas lembrem-se que para se tirar benefício da sociedade de informação qualquer alusão a África, seja ela negativa ou positiva criará "farejadores" pela positiva ou negativa.
Mas uma coisa é certa, caso ma história fosse diferente ,não haveria RIHANNAS, BEYONCES,50th Cent, Michael Jackson, e Michael Jordan-o basquetebolista negro americano que por mês ganhava 50 milhoes de dólares, que 60% de países africanos, não tem esses rendimento actualmente.
Eu só gostava de conhecer o ser humano que consegue fazer voltar o Mundo, para o dia de ontem!!!!!!That´s the point!!1
Meus senhores, Hístória é História!!
E é bom que África, continue nos midia, pelas suas diversas facetas.
Porque se não fosse, quereríamos Alguém Ressuscitado e que nos oferecesse o nº de euromilhões!!!!!
Analisemos sim ,o futuro....
se a crise vai durar entre 6/8 anos...
Automatização/robotização progressiva das linhas de produção de cerca de 85% da indústria mundial....(neste momento está cerca de 8% a 15%)...
como será o desemprego...a sociedade de consumo....enfim a vida...
HISTÓRIA É HISTÓRIA!!!!MUDAR O NOME DAS RUAS, ETC,ETC,ETC., NÃO ALTERA NEM MINIMIZA O PASSADO!!
Aliás a frase - ERRAR É HUMANO-é a única alternativa que minimiza tudo!!!
COCORICÓ!!!!
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umBhalane said...
"esses monumentos tem um historia que nao pode ser apagada nem omitida, e sim a maior pare dos escravos foi vendida por outros negros a colonialistas, será que isso faz da escravatura mais apagavel?"
A informação que consta na promoção do concurso, que não li, e apenas conheço por via indirecta, não faz alusão, não refere, o tráfico de escravos, a prática da escravatura, com entreposto em alguns dos locais sujeitos a concurso.
Entendo ser questão pertinente essa omissão. E entendo também ser facilmente resolúvel.
A informação deve ser historicamente factual/imparcial, verdadeira e completa, e deve referir o tráfico de escravos e TODOS os seus actores – os fornecedores/vendedores, e os adquirentes/compradores – isto é, os Africanos – chefes locais, e os Portugueses, no caso vertente.
Agora, não sei se os regimes instaurados nos países alvo, vão gostar desta minha sugestão.
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sofia dias said...
Acho incrivel que se fale de decencia intelectual, o que parace nao prevalecer em nenhum destes cometarios. farei um breve exemplo, caso aushwitz fosse nomeado como uma das 7 maravilhas alemãs no mundo, o que seria dito? o Concurso propõe monumentos sim, mas esses monumentos tem um historia que nao pode ser apagada nem omitida, e sim a maior pare dos escravos foi vendida por outros negros a colonialistas, será que isso faz da escravatura mais apagavel? mais ignoravel? meus senhores nao se pode apagar a historia e nem se deve deixar descansar. a historia esta la para nao fazer-mos os mesmos erros e para dignificar os que morreram por causa dela.E para quem nao saiba esta petição nao foi lançada por utopicos que nao têm muito que fazer a nao ser caçar bichos nos safaris aqui nos nossos paises "dos coitadinhos dos pretinhos" mas sim um grupo de intelectuais moçambicanos (eu inclusive, embora nao me considere la muito intectual ao contrario dos meus colegas comentaristas)angolanos, cabo verdianos etc, que tem o apoio de outros intelectuais que dessa área. Por favor leiam mais, pesquisem mais e talvez assim criem alguma decencia, a intelectual de certeza que esta muito longe.
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FM said...
Hoje, 4 de Junho de 2009, comercializa-se escravos na República Islâmica da Mauritânia, país situado no noroeste da África.
Que tal preocuparem-se com isso?
Os mesmo que sempre venderam escravos, os africanos, continuam a fazê-lo. A passagem dos europeus por África em nada alterou isso, apenas o facto de termos conhecido, e aprendido com, povos que comercializavam o seu semelhante.
Já acabou o tráfico de orgãos humanos em Moçambique?
Que tal preocuparem-se com isso?
"Junta-te aos bons e serás como eles, junta-te aos maus e serás pior que eles", foi o que nos aconteceu, a "nós europeus" como diz agora o avô cantigas ...
Concordo, contudo, com o título da notícia "Governo português tenta distorcer história colonial". Convém não esquecer, e até porque se aproximam vários actos eleitorais, que quem está actualmente no governo são os maiores especialistas nacionais em distorcer a história de África.
Recordemos um pouco a história recente, em termos de décadas em vez de em termos de séculos, e vejamos se não foi assim, enquanto partidos de direita apoiavam o movimentos de guerrilha que após a saida dos portugueses continuavam a combater a invasão marxista, os partidos de esquerda continuaram com o tráfico de diamantes, de marfim e de mercenários.
Em termos de concursos, quem organiza este da última vez rebentou-lhe a bomba nas mãos? Lembram-se? Ganhou o António de Oliveira, agora tiveram o cuidado de não incluir o Tarrafal, não fosse a coisa acontecer de novo ...
A malta já não vai muito ao futebol, já pouco houve fado, vai menos a Fátima que o combustivel continua caro ... tem de se arranjar concursos.
Eu só não percebo é o que é que mudou ...
Até a música dos Xutos e Pontatés inspirada no "Sr. Engenheiro" está a ser CENSURADA em todas as rádios.
ELES ESTÃO A DISTORCER A PRÓPRIA DEMOCRACIA!!!!!!!!!!!!!!!
P.Q.P.
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Alfredo Jaime said...
Bem,parece que quem tomou a iniciativa da petiçao foram,a avaliar pelo nome em rodapé,um desses muitos utopicos que nao têm muito que fazer a nao ser caçar bichos nos safaris aqui nos nossos paises "dos coitadinhos dos pretinhos".
Eu,sendo africano,concordo plenamente com os comentarios atràs efectuados.
O momento historico da colonizaçao e da escravatura pertenceram a gente que jà nem ossos tem;quem transportava os escravos eram os mercadores,é certo,mas quem os comprava eram os nossos irmaos negros que os vendiam por meia tigela de nada! Quem quiser và à cidade velha em Cabo Verde para ler o que là se oferece!
Meus Irmãos de sangue e de miséria:
Vão à Europa e America e Brasil convidar os descendentes de escravos,oferecendo-lhes o "paraiso" africano,da nossa Africa independente....e verão quantos regressam por direito proprio, aos solos da Guiné,da Nigeria,da Costa do marfim,da Serra Leoa,da Libéria,do Burkina Faso,do Sudão,do Ruanda,do Uganda,do nosso Zimbabwee de uns quantos outros 30 paises onde reinou a fartura colonial,servida por vezes com alguma opressao,é certo....e agora meus irmãos?
Nao leram neste meu comentàrio que desculpo,perdoo ou desprezo a escravatura:jamais o faria por memoria aos meus! Mas por amor aos milhoes de mortos em Africa,como consequencia dessa fome de dinheiro dos dirigentes surgidos das independencias,do tribalismo,das bruxarias e desse animalesco sentido de poder e de ser governado por ele...deixem em paz esse pedaço da historia da humanidade,importante,mesmo assim;e olhem para a miseria de hoje!!
Olhem para os nossos irmaos negros dos estados unidos!!!como estao fortes e robustos!!! olhem para mim e para os milhoes de compatriotas moçambicanos!! tenho inveja deles,isso sim!!!
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António Cadete said...
Há gente para tudo e que gosta de enaltecer o que de pior ( ou o que se entende como pior )existe. Nunca vêm o lado positivo das coisas, nunca dão enfase ás grandes obras, enfim, sempre descobrem problemas, coisas feias, coisas sujas. Pena é que não tenham esse tipo de comportamento em relação a tudo. É muito selectivo!!!
Sobre a escravatura, que fomos o primeiro País a acabar, seria interessante também discutir quem em Africa também ganhou com esse " comercio ". Quem é que, em Africa, " arrebanhava " os seus irmãos para os entregar aos mercadores.
Deixem-se de tretas e vamos falar do presente pensando no futuro porque se remexermos muito no passado pode ser que alguém fique " com a careca à mostra ".
Quanto ás maravilhas a concurso, elas são mesmo maravilhas e é disso que se trata.
Haja bom senso e decencia intelectual.
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Luis Olivares said...
Não misturem as águas, em vez disso os governos Africanos deviam era de se preocuparem em evitar a NOVA ESCRAVATURA, muitas vezes patrocinada pelos mesmos, que morrem nas tentativas de entrarem na EUROPA, por uma busca de uma vida digna que não lhe dão nos seus países.
Não misturem as águas pois o Concurso não tem esse fim, mas simplesmente o que se propõe.Monumentos.
Nada foge a nada, isso são complexos antigos que pensava que os Africanos já tinham ultrapassado.
Olhem em frente e limpem a corrupção, essa que é a maior escravatura INTERNA em ÁFRICA. Libertem-se disso, pois em África nada se faz sem LUVAS e isso é uma prisão, uma verdadeira escravatura a talentos.

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