quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O Assassinato de Orlando Cristina e a Morte dos Irmãos Bomba – Um esclarecimento

Comments

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Observador Atento said...
17 DE ABRIL DE 1983. PRETÓRIA. MORTE DE ORLANDO CRISTINA. DOMINGO. 17 DE ABRIL DE 1988. CASCAIS. MORTE DE EVO FERNANDES. DOMINGO. CINCO ANOS DE INTERVALO. ASTROLOGIA? FEZ ONTEM, DE NOVO DOMINGO, 26 E 23 ANOS SOBRE ESTES DRAMAS ESCUSADOS. DIAMETRALMENTE OPOSTO NO CALENDÁRIO, ESTÁ O DIA 17 DE OUTUBRO. EM 1979 MORRIA NESSE DIA ANDRÉ MATADI MATSANGAÍSSA 1º LÍDER DA RESISTÊNCIA. BASSOPA COM O 17 RENAMO!
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Mario Salima said...
Orlando Cristina não foi morto por Boaventura Bomba.
Para quem tem interrese na história de Moçambique sugiro que leiam um dos estudos mais comprensivos (com poucos erros factuais) feitos sobre o assunto neste site:
http://macua.blogs.com/files/david-robinson-curse-on-the-land-history-of-the-mozambican-civil-war.pdf
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candido latino said...
Carta Aberta ao Paulo Oliveira
Caro Paulo:
Dizem que voce escreve no Moçambique para todos...... com nome de Wana Gungunhana
- Eu,Latino Candido, tenho o habito de ouvir musica moçambicana no internet e dar uma olhadela nos jornais tais como O Noticias e certos blogs...incluindo o blog ( Moçambique para todos). Caro, Paulo fiquei parvo e chocado quando voce associou o meu nome ao de Licos Ivar, ou Paulo Araujo. Caro Paulo, voce quando esteve em Lisboa lidou com tanta gente que já começou a fazer confusoes....O que o sr. Licos Ivar descreveu era de conhecimento de muita gente em Lisboa. Eu te conheci em Maputo( fomos colegas da Univesidade- Eduardo Mondlane)) e vim a encontrar-me duas ou tres vezes (maximo) em Lisboa. Eu sempre tive maximo respeito de si e voce sabe que eu em Lisboa nunca meti em politiqueces da Renamo. Eu peço-lhe que faça uma verdadeira investigaçao e séria se eu alguma vez eu tive ligaçoes aos serviços secretos italianos ou moçambicanos. Eu nao sou o tal Licos Ivar ou Paulo Araujo de que se refere. Voce lidou com certos serviços secretos e pensas que todos os moçambicanos de uma forma ou outra estavam ligados aos serviços secretos.Estás errado caro Paulo porque se voce não sabe fui sempre simpatizante da Frelimo.E se, fiz criticas à Frelimo fiz criticas directamente porque ainda tenho amigos que são ministros e embaixadores. O governo de Moçambique sabe quem eu sou,como eu penso, aonde é que vivo e têm o meu numero de telefone. Caro Paulo, não faça especulaçoes e nao insulte pessoas chamando-as de lacaios.Contacte o governo italiano,ou o governo Moçambicano e saberás que nada tenho a ver com estas suas confusoes. Caro Paulo plse "cool down" porque voce com especulaçoes e insultos estás a ser injusto. Imaginemos que o sr. Nota,eu e outros se fomos lacaios (o que não é verdade), fomos lacaios de regimes democraticos e voce, caro Paulo?...Voce não foi lacaio dum governo que tinha um regime racista onde o preto era considerado como um cão? Voce não era lacaio dum regime onde não havia democracia e liberdade de expreassao? A Africa do sul de hoje é muito melhor e Moçambique tem hoje uma democracia. Não é bom assim??? O proprio Governo de Moçambique reconhce hoje que cometeu erros de ter mantido por muito tempo o País sem liberdade de expressao e com um partido unico.Eles reconhecem isto e estao a melhorar o País dia por dia. Não é bom assim, caro Paulo?.
Eu, Nota e outros podemos voltar à Moçambique. Não estaremos presos ou mortos porque hoje Moçambique graças a Deus tem liberdade de expressao e ninguem de nós é acusado de ter cometido um crime. E voce pode voltar à Moçambique?? Voce sabe muito bem que tens lá muitos inimigos.Voce pode voltar para Africa do Sul? Nem sonhar!Caro Paulo, já somos velhos, pare com este caracter teu de acusar pessoas, especular e insultar. Cool down plse! Se voce fizer boa s investigaçao, vira que eu nunca escrevi para nenhum blg e por isso contacto-lhe com o meu nome deixo aqui o meu email. Pode contactar-me quando quiser mas não especule, nao invente e nem imagine coisas. Se voce pensa que eu sou Licos Ivar responda-me com o seu nome verdadeiro...Nao me custa nada levar este caso ao trbunal. Caro Paulo,plse plse não queres compreeder que os tempos mudaram e já somos velhos e como tal não admito estas criancices.Entre em discussoes com os seus ex-colegas da Renamo e nao comigo por favor. Reparei que gostas de ter problemas com as pessoas caro Paulo,mas não me involvas nestas patetices, plse plse.
Ca tens o meu email: candidolatino@yahoo.com .
Abraço e Boas Festas
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Francisco Moises said...
licos ivar,
Nao tenho muitos detalhes sobre as mortes de Mateus Lopes e de Joao Ataide. Sei foram mortos no Malawi, tendo os seus corpos sido incinerados no carro onde viajavam depois de serem mortos. Vinham de Moçambique onde se tinham encontrado com Afonso Dhlakama. O que iam la fazer? Quem os tinha manipulados para irem para la?
Alguem, um moçambicano que os manipulava cujo nome vou manter anonimo, talvez tivesse tido o descuido de falar com pessoas do pessoal do SNASP em Lisboa. Cheguei depois de descobrir havia infiltrados do SNASP em Lisboa, um deles o Paulo Oliveira. Joao Ataide era um procurado por ter desertado a Frelimo depois de ser embaixador da Frelimo em Lisboa. Mas o Mateus Lopes era um caracter suspeito de ligaçoes com SNASP, segundo ouviu e depois li algures.
Durante as suas viagens no Malawi parecia que eles tinham comunicaçao com os snaspeiros em Lisboa que sabiam exactamente por onde eles passava, onde se albergavam, quando saiam num lugar e para que lugar iam. Se Mateus Lopes era do SNASP, porque é que a Frelimo decidiu sacrifica-lo com o seu inimigo Joao Ataide? Mateus Lopes, um ndau, vinha recebendo uma atençao especial de Dhlakama que tinha a intençao de lhe promover na Renamo.
Parece que a Frelimo se alarmou visto que tinha medo que Mateus Lopes tomaria todos os segredos do SNASP ou da Frelimo para a Renamo. Foi assim que Chissano decidiu sacrifica-lo com o Ataide.
Ligaçoes com o governo do Quénia? Duma certa maneira parecia que a pessoa que os manipulava tinha os apresentado ao governo do Quénia para irem falar com Dhlakama para se estabelecerem os contactos entre a Frelimo e a Renamo para os dois lados negociarem a paz para Moçambique. Mas a Frelimo preferiu sacrificar aquele esforço para apanhar Joao Ataide. E a Frelimo decidiu tambem sacrificar o seu agente Mateus Lopes por temer que este podia desertar para a Renamo.
Depois da falha deste grupo, o governo do Quénia que queria acabar com o sofrimento do povo moçambicano decidiu contactar me onde vivia depois de ter vivido no Quénia. O governo do Quénia tinha mais confiança em mim por varias razoes. Entendia o Quénia melhor com um dominio incontestavel das linguas inglesa e swahili. Era na verdade um queniano, tendo vivido ai por 17 anos, mais anos do que vivi em Moçambique onde nasci.
Podia eu recusar? Nao. Na verdade nunca quiz desligar os meus laçoes com o Quénia. Se Moçambique viu-me nascer, Quénia tomou conta de mim durante o meu crescimento e a minha educaçao.
Vi tambem a necessidade imperiosa de ajudar Moçambique para acabar com a guerra. Aventurei me por tres vez para as zonas da Renamo,uma vez em companhia dum alto oficial do governo queniano. Tudo acontencia num sigilo serrado e o governo malawiano a pedido do governo queniano tomou conta da minha segurança e graças a Deus nao tinha comunicaçao com moçambicanos em Lisboa, evitava contactos com os exilados moçambicanos no Quénia. Felizmente, Paulo Oliveira que eu vinha confiando, ja tinha revelado as suas cores de individuo traiçoeiro e traidor.
Depois dai nunca mais quiz entreter-me com pessoas de Lisboa.
Depois de eu abrir os caminhos, foi depois possivel para o Quénia em coligaçao com Malawi trazer o Dhlakama e outros grandes da Renamo para Nairobi onde dialogaram com os grandes religiosos moçambicanos, os catolicos cardeal Alexandre Maria dos Santos de Maputo, e o arcebispo Jaime Goncalves da Beira; o bispo protestante Singulane dos Pequenos Libombos, e membros do Conselho Cristao de Moçambique que vinham forçando a Frelimo para negociar a paz.
Do Quénia, as negociaçoes moveram para Roma.
Esta foi a minha contribuiçao para a paz em Moçambique por amor do povo de Moçambique sem ser agente nem seja da Frelimo nem da Renamo.
Quando em Nairobi quiseram me dar as coisas que Mateus Lopes e Joao Ataide tinham deixado num hotel, recusei. Na cultura sena é trazer-se desgraças apoderar-se de coisas de pessoas falecidas. Disse ao membro do governo queniano que dessem aquelas coisas a outras pessoas -- maquinas fotografias, gravadores, roupa, o que cuchecuche de Joao Ataide.
Mateus Lopes e Joao Ataide foram eliminados pelo governo de Joaquim Chissano, no tipo de operaçao que dizimou Evo Fernandes.
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Francisco Moises said...
Sabemos de Chanjunje II que o tal Wana Gungunhana é o tal Paulo Oliveira. Vem aqui com uma mentira descarada e crassa de que estive ligado com os serviços secretos britanicos e era pago por eles. Uma daquelas fabricaçoes e mentiras emanadas do SNASP. Ja tinha ouvido falar desta asneira e eis agora o autor desta brincadeira. O que é MI6? Nem mesmo sei o que as abreviaçoes querem dizer. Negociei eu a libertaçao de refens -- que refens? Que patetice tao rata e barata.
Nunca trabalhei para nenhuns serviços secretos de qualquer pais que seja. Trabalhei para a BBC por sete anos. A BBC que mantem a sua independencia mesmo do governo britanico evitaria ligar-se com as operaçoes dos serviços secretos britanicos. Se alguem for perguntar na BBC encontrara todos os dados sobre mim ali. Nao ha segredos sobre mim la.
Nos serviços secretos britanicos? Nao se pode trabalhar para serviços secretos dum pais como a Inglaterra sem ser treinado como espiao e militarmente. Nunca fui treinado como espiao e nao sei mesmo como manobrar uma arma e nem disparar. Nao fui treinado nem por portugueses, nem pela Frelimo nem pela Renamo. Graças a Deus.
Nunca escondo aquilo que fui. É por isso que escrevo aqui com o meu nome e nao com um nome falso. Nao sou mentiroso. Nao uso nomes falsos visto que nunca me meti em jogos sujos como este Paulo Oliveira.
Quanto a este Joao Cuambe, ou Cabrita, eu nunca iria lhe tirar o chapeu. Puxou-me para alem da minha tolerancia quando eu ja tinha dito que eu conhecia o verdadeiro nome de quem escrevia como Joao Cuambe. Ele nao viu a escrita na parede e continuou. Poupei-lhe de facto. Tenho ainda muito que possa dizer acerca dele e tudo negativo. Mas agora considero esta pagina de Cabrita fechada e nao queiro mais falar dele. Que ele nao fale de mim.
Este jornal esta para analises historicas tais como os feitos sujos de Paulo Oliveira. E Muito obrigado Chanjunje II pelo segredo e estarei em estado de alerta mais serrado.
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Chanjunje II said...
Ivar,
as mortes de Ataíde e Mateus Lopes ocorreram no ambito da operacao em que foi assassinado o Evo Fernandes, e na qual participou Paulo Oliveira (Wana Gungunhana), o tal Alcino.
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Wana Gungunhana said...
Esta discussao esta ficando uma banja ou uma maka ? Já tiraram chapeu ao Joao Cuambe alias Cabrita , falta ver os outros artistas que escondem com outros nomes, agentes provocativos não é ? Paulo Araujo = Licos Ivar = Latino, diziam ser agente dos serviços italianos e agora quer provocar mais e tirar coelhos da cartola , confece sim. Nota Moises , ainda, ou foi da folha de pagamentos do MI6 ingles e na BBC era o cachorrinho file - his master voice - dos patroes bifes, ingleses , torpedeando com o MI6 Nairobi jogadas do senhor Evo para libertar refenns, em conluiu com outro MI6 em Lisboa Ken pottinger tambem BBC. É ou não é? pobrezinhos lacaios todos eles que nao perceberam o nome do jogo ou nao se chegaram a gamela do poder e se ficam a soltar mentirinhas
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licos ivar said...
Caro SR Francisco e Leitores:
A Frelimo sob pressao admitiu os fuzilamentos que cometeu. Quanto à Renamo ha muitos, muitos pormenores que nao sabemos....e acho que tambem a Renamo deeveria nos explicar como conduziu a guerra civil....é um dever moral e talvez patriotico. Quanto à morte dos Bombas nao tenho duvidas que foram mortos pelos sul-africanos. O problema é como provar esta versao. O que sei é que na famosa maldita Farm onde Cristina foi morto havia muitos muitos elementos dos serviços secretos sul-africanos...sejam eles civis como militares. E nao nos esqueçamos que os Bombas nao eram bem vistos pelos todos sul-africanos...havia uma ala dos sul-africanos que suspeitavam que os Bombas eram da SNASP. Os Bombas estavam 24 horas sob o olhar dos serviços secretos. Este é um facto real. Saberemos mais algo sobre a morte destes moçambicanos?...Não sei,talvez! Mas aqui levanta-se ma questao que talvez o sr. francisco nos possa ajudar:
-Quem eram os restantes quatro moçmbicanos que foram abatidos? Os nomes se possivel.Chamo à atençao do pessoal de não levar muito a serio a comississao de reconciliaçao....Foi mais um acto politico (teatro) que um acto operacional e como tal a comissao fez tudo por tudo para revelar as informaçoes top secret....Tambem aqui levanta-se outra questao que talvez o sr. Francisco nos ajudará:
O que o sr. Francisco ouviu sobre a morte do Mateus Lopes e Ataide?
E quem provavelmente terá abatido estes moçambicanos?...É de recordar que foram mortos no Malawi quando estes regressavam da mata onde se tinham encotrado com altos membros da Renamo. E o corpo deles aonde e que está? Estes homens eram moçambicanos como todos nós outros.A guerra civil terminou,talvez estes homens mereçam um enterro digno.Eu aceito , mortes entre sldados da Frelimo e soldados da Renamo durante a guerra civil. O que não aceito são estas mortes estarnhas, misteriosas de moçmabicanos...e houve muitas! De certeza,alguem sabe. Peço que nos informe porque estas mortes fazem parte da triste e vergonhosa Historia do nosso Pais onde a Frelimo matou muitos valiosos moçambicanos e parece que a Renamo fez o mesmo. Pena deste País!Estes dois partidos cometeram graves graves crmes aos moçambicanos

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Cristovao said...
Dr. Nota
A minha resposta foi ao pedido da colega Luisa Guimaraes. O senhor lança agora muitas perguntas. Nao tenciono entrar em debates consigo porque o que tenho visto neste local, o diaologo consigo acaba resultando mal com acusações de SISES, infiltrados, agentes, etc. Sou um académico apenas comprometido com a verdade objectiva.
Mas mantenho o que disse. A sua versao e’ inconsistente e isso ficou comprovado com dados do Senhor Forjaz. O senhor nao e’ fonte prim’aria embora fale como fonte saída de la’, no terreno. Ir no cinema nao significa que um indivíduo e’ actor ou realizador
Tenho respeito com historiadores canadianos, sao pessoas com seriedade académica incontornavel. E tambem elogio instituicoes academicas em Canada no campo de estudos africanos.
Nao sei qual a universidade em que o senhor se doutorou em histo’ria, mas a sua metodologia e’ errada, confusa, baralhada e seus argumentos impertinentes. Aqui em Mocambique com seus metodos você desconseguiria de ir ‘a oral.
E mais nao digo.
Cristovao Matusse
Maputo

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Francisco Moises said...
Caro Licos Ivar,
O senhor quiz saber o que é que a Renamo fazia com os espioes? Nao vivi com a Renamo e nunca realmente vivi em Moçambique desde 1967. Entrei nas zonas da Renamo por cinco vezes, duas vezes com jornalistas estrangeiros e tres vezes em missoes do Governo queniano que tinha sido pedido por Joaquim Chissano para ajuda-lo estabelecer contactos com a Renamo com a qual Chissano queria negociar o processo da paz.
Durante aqueles episodios nao me entrou na cabeça a ideia de perguntar a quem fosse que fosse como é que a Renamo tratava espioes. Certamente,devia ter havido espioes que foram descobertos ou pessoas que tinham sido acusadas de serem espioes. Visto que nao pesquisei este assunto, fico sem detalhes ou informaçoes.
Posso so imaginar que nao eram tratados com dignidade. Tomando tambem em conta o analfabetismo generalisado dos combatentes da Renamo como era o caso dos combatentes da Frelimo durante a guerra pela independencia, posso imaginar que tais pessoas passavam muito mal nas maos da Renamo. Se a Renamo matava, punha na prisao, ou batia severamente e depois deixava tais pessoas livres, nao posso dizer.
As informaçoes que obtive muito depois da guerra civil vindo principalmente de Nampula eram tristes -- senao muito tristes. Falavam de sevicias severas. Nao fiquei contente quando me disseram que a Renamo maltratou Danger, o grande boxeiro que destronou Ganda, o outro grande boxeiro da Beira na década de 1960. Nao me lembro por que razao o torturaram. Cortaram-lhe os tendoes nos calcanhares e o homem ficou sem poder andar.
Quanto a questao de como a Frelimo tratava os espioes ou pessoas acusadas de ser espioes, aqui tenho informaçoes seguras. Nao havia julgamento. Cada unidade de guerrilha preenchia os papeis de deter, decidir a morte e executar os ditos PIDES.
Reginaldo Chidiso, que viveu connosco no Quenia e que morreu de SIDA dois ou tres anos atras em Nairobi, foi um dos primeiros guerrilheiros da Frelimo em Niassa. Ele proprio era natural de Niassa. O que segue é o que narrou mais ou menos da maneira como executaram um "conhecido PIDE." De acordo com ele, este PIDE nao se podia matar a bala. Eu penso que era mais para conservar muniçoes do que o facto que Chidiso alegava que o PIDE tinha magia africana que o fazia de imune a balas. A velha e antiga historia da magia africana que torna pessoas imunes a balas....
Pondo isto de lado, Chidisso disse que mataram este PIDE a faca depois de o terem amarrado contra uma arvore. Desculpar me-ao os leitores por relatar esta historia enjoadora e deshumana. Mas tenho outras historias de pessoas que foram mortas a faca pela Frelimo a mando de Samora Machel depois de Samora Machel tornar-se comandante de guerrilha apos o assassinato de Filipe Magaia.
Agora nao me perguntem se Mondlane, que era altamente educado, sabia disto ou destes métodos de execuçao que Samora Machel decidia do campo de Nachingwea. Se sabia o que é que fez para parar com tais barbaridades? Executar pessoas é uma coisa, mas faze-lo com tanta barbaridade assim é uma outra coisa. Nao tenha informaçao sobre a atitude de Mondlane quanto a isto.
Seja como seja, no seu livro "Lutar por Moçambique (The Struggle for Mozambique)", Mondlane relata incidentes de individuos que foram executados pela Frelimo. Li o livro quando estive na escola secundaria em Nairobi. Tres anos atras descobri uma copia do tal livro em versao inglesa, a lingua na qual Mondlane escreveu a sua obra, na biblioteca da minha universidade. Pensei que teria o tempo de le-lo outra vez, mas tenho actividades academicas que sao mais pressionantes que nao me deixam tempo para ler esta obra. Mas hei-de le-la uma vez mais. Espero.
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Francisco Moises said...
Beirense da Manga,
Licos Ivar
Os vossos comentarios sobre a questao dos irmaos Bombas levantaram muitas perguntas que talvez jamais serao respondidas visto que aqueles que podiam nos explicar tomaram o cuidado de encerrar muitas coisas sujas com o Acordo de Roma. Na decadea de 1990, a Liga moçambicana dos dos Direitos humanos pediu e insistiu que se investigassem as mortes dos "julgados de Nachingwea" e dos Bombas. Curiosamente foram alguns membros do Conselho Cristao de Moçambique que nao concordaram, dizendo que estes problemas deviam se deixar atras senao nos provocariam uma quebra na paz que se tinha estabelicida.
Esta reaçao foi uma bençao para a Frelimo e para a Renamo que nao queriam se ver forçadas a prestar declaraçoes e a revelar os seus segredos. Eu tinha mais esperança na Renamo que podia oferecer-se para prestar declaraçoes. Fiquei desesperado por ver a Renamo a comportar-se exactamente como a Frelimo sempre se comportou perante tais desafios. Dhlakama e o seus sequazes nao desafiaram a questao para lavar as suas maos e estarem limpos.
O comportamento do Dhlakama e da Renamo convenceu-me que a informaçao que emanava de dentro da Renamo que os Bombas tinham sido mortos pela Renamo a mando de Dhlakama era a verdade. Se nao era a verdade porque é que a Renamo nao desafiou a ideia da Liga moçambicana dos Direitos humanos, aceitando submeter-se a uma investigaçao? Os detalhes que eu tinha eram mais nitidos sobre a morte do Adriano Bomba do que sobre o Boaventura.
Assim ficou até que esta coisa do Van Nierkerk apareceu. Sera que Van Nierkerk esta a dizer a verdade por ser Brigadeiro e de dentro do antigo sistema? Porque é que quando um antigo General dito do Apartheid quando disse que Chissano estava involvido na morte de Samora Machel nao foi felicitado for ter dito o que disse? Porque é que a Frelimo lançou uma campanha para denigrir o General que foi forçado a ir a Maputo para declarar que aquilo que ele tinha dito nao era verdade? Porque ninguem, incluindo o governo do ANC e da Frelimo, nao o deixaram divulgar aquilo que ele sabia? Penso que a razao era que O ANC nao queria ver o seu aliado, a Frelimo, embaraçado.
Agora alguns querem nos impor metodologias deterministicas da sua dita historia sobre os acontecimentos que dizem respeito aos assassinatos dos irmaos Bombas. Alguem diz que faço isto visto que tenho inimizade pessoal contra Dhlakama. Que falsidade! Passei mais anos a enfrentar a Frelimo e mais tarde como simpatisante da luta da Renamo, um papel que me valeu muita perseguiçao. E estas pessoas nao reconhecem aquilo que eu fiz contra os lideres da Frelimo. Agora quando digo que ha alguma coisa que nao vai bem com Dhlakama por interesses superiores dos moçambicanos, entao dizem que este historiador canadiano nao presta para nada e nao segue metodologias de investigaçao historica.
Perante esta informaçao de Van Nierkerk demonstrei muita felxibilidade pelo interesse superior da intelectualidade. Poderia simplesmente ter dado pontapé as ideas contrarias aquilo que tinha ouvido da Renamo. Podia simplesmente como eles dizer que aquilo que sei é tudo e ponto final. Podia eu tambem tomar a mesma postura totalitaria como a deles.
Quando o filosofo italiano Benedetto Croce disse que "toda a historia é historia intelectual," ele tinha uma verdadeira ideia do que a historia é. Se a Luisa quizer, pode tomar o que estas pessoas dizem e deixar de fazer qualquer outra pesquisa e vera que resultados vai obter no seu diploma universitario. Talvez a Luisa ha-de presicar de dezenas senao de centenas de fontes, umas que contradirao as outras, para lhe permitir escrever uma dissertaçao rica e intelectualisada. Como disse, a Luisa pode parar aqui e depender so daquilo que Van Nierkerk disse, como aquelas pessoas querem. E direi a Luisa boa sorte na sua dissertaçao...
A fonte prima ou primeira na historia nao quer sempre dizer a verdade. A final de contas porque é que neste blogue o senhor Sérgio Vieira, que escreveu como testemunha naquilo que participou, recebeu uma reaçao muito negativa e foi acusar de ter mentido grosseiramente? Porque é que o que Van Nierkerk disse devia feichar todas as portas para mais pesquisas sobre o assunto. E que tal se Van Nierkerk nao disse a verdade? Sera que todos aqueles que apareceram perante a tal comissiao estava a dizer a verdade? A comissao escutava e nao ia fora para o campo dentro da Africa do sul, Angola, Zambia. Moçambique para investigar o que se dizia. Se tivesse feito isto, teria a comissao talvez achado que muito do que tinha sido declarado tinha sido deturpado para que as pessoas em questao minimisassem a responsabilidade ou mesmo apagassem a sua responsbilidade. Nao digo que todos disseram mentiras.
Naquela reuniao de maio de 1982, fiquei so 3 dias na Africa do Sul. A reuniao durou um dia e meio. Foi durante a reuniao que me encontrei e dialoguei com os Bombas.
Dialogando com eles, eles monstraram que estiveram ferozmente contra a Frelimo. Nao me parecia que se tratava de gente do SNASP. Se a Frelimo alegou que eram do SNASP, parece me ter sido uma DIZINFORMATZIA como diziam os sovieticos durante a guerra fria. It was like "propager de fausses informations pour semer la confusion chez l'ennemi". Voce planta informaçoes falsas contra o iminigo e semea a confusao no seu seio e os imigos batem-se entre eles."
Nao tinha duvida que Boaventura Bomba me parecia muito ambicioso, mas se aquilo lhe levou a matar o Cristina como foi alegado pelos sulafricanos duvido-o bastante.

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Alexandra Bilro said...
Na sua cruzada e disputa pessoal com o líder da Renamo, Nota Moisés excedeu-se, acabando por se desacreditar a si mesmpo.
E aqui evidencia-se a necessidade imperiosa do cruzamento de fontes, exactamente para se separar o trigo do joio.

Surpreende-me que um historiador como Nota Moisés não tenha seguido esta metodologia elementar. Mas como todas as coisas, tal como bons e maus mecânicos, excelentes e medíocres médicos, também há historiadores que se seguiam pelas emoções, pondo de lado a objectividade, e os factos nus e crus; e os que dissecam o objecto e analisam-no friamente.
Factual e em vez de emocional é a premissa fundamental.
Matusse deu o toque, Forjaz agarrou a bola e não a largou mais.
Há "caddies" em abundância para permitir que no campo não faltem bolas para o jogo da história real prosseguir, desapaixonadamente, objectivamente, imparcialmente, factualmente.
Está bem servida a Luísa Guimarães.
Alexandra Bilro
Durban
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Alberto Forjaz said...
Luísa,

Segui aqui da RSA muitas das sessões da Comissão da Verdade e Reconciliação, e interessei-me por tudo quanto pudesse dizer respeito a Moçambique.
A versão de Van Niekerk é a correcta; a outra, para descartar.

Um ponto a não descurar é que Van Niekerk decidiu ir à Comissão da Verdade e Reconciliação pois sabia que poderia ser levado a tribunal e aí cumpriria pena caso não confessasse.

A Comissão dava oportunidade a todos sul-africanos de deporem perante ela, confessando violações dos direitos humanos e pedindo perdão no âmbito da reconciliação. E isso aplicava-se a todos os sul-africanos, incluindo os membros do exército do ANC. A alternativa seria um tribunal normal com a possibilidade de ser decretada sentença.

Van Niekerkl sabia que poderia ser chamado a depor em tribunal se não fosse ele a fazê-lo por iniciativa própria perante a Comissão da Verdade e Reconciliação, e os dados em presença apontavam para essa necessidade. Por exemplo, a viúva de Orlando Cristina, Francesca, também queria depor perante a Comissão. E havia um soldado sul-africano, Ronald Hunter, que cumpriu serviço militar no departamento de Van Niekerk e que sabia de tudo. Hunter era espião do ANC e foi preso por ter sido descoberto. Depois da subida do ANC ao poder, Hunter também depôs perante a Comissão Verdade e Reconciliação e poderia facilmente apontar o dedo a Van Niekerk.

As declarações de Van Niekerk sobre a morte de Boaventura Bomba são as mais credíveis. As do historiador canadiano devem ser descartadas pois está ferida de contradições crassas. Começou por afirmar taxativamente que Boaventura Bomba havia sido executado numa base da Renamo em Moçambique por ordens do líder da Renamo, mas agora diz que não pode dizer se a tal informação sobre Boaventura Bomba estava correcta ou não. Depois situa Boaventura Bomba na Suazilândia e a seguir um amigo na América disse que afinal já não estava na Suazilândia, que tinha morrido. E no meio de tudo, subestima o depoimento de uma testemunha como Van Niekerk.

Não é uma fonte primária. Parece-me ser daquelas fontes enciclopédicas, muito generalistas.

Todos os relatórios da Comissão da Verdade e Reconciliação estão na Internet no seguinte endereço

http://www.info.gov.za/otherdocs/2003/trc/


Saudações,

Alberto Forjaz
Joanesburgo
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Francisco Moises said...
Concordo com licos ivar que Cristovao Matusse parece ter indicado uma conclusao facil dum assunto extramamente complexo e complicado onde cada pessoa que prestou declaracoes falou para se proteger. Mesmo os mais ingenuos sabem que os seus nomes podem ficar sujos perante o Tribunal Internacional de Justica se se identificarem como autores do homicidio dos Bombas. Mesmo Dhlakama nao e tao bruto a ponto de admitir o que quer que seja sobre um assunto de matar pessoas presumidamente inocentes causas politicas e por meras suspeitas -- a base de tais matancas nao passaram de suspeitas criminosas.
Neste quadro nem se deve acreditar facilmente nas declaracoes do Brigadeiro Van Nierkerk que Boaventura Bomba + 4 outros foram tomados para Banda de Caprivi onde foram julgados num tribunal militar and depois executados. E possivel que assim tivesse sido. Os sul-africanos nao precisavam dum tribunal militar visto que nao eram melhores do que a Frelimo quando se tratava de pessoas negras que eles pensavam que tinham ofendido a seguranca da Africa do Sul. Para alem dos pretos nao terem valor para aqueles campoes do apartheid.
Desta nossa conversa, se aparenta agora que Adriano Bomba foi chacinado nas zonas da Renamo pela propria gente da Renamo como o conhecimento e aprovacao de Afonso Dhlakama. Sem termos ceremonias, Dhlakama devia ser investigado para se saber algo sobre os Bombas. E o que e que pessoas como Raul Domingos sabem sobre isto? Nao se devia poupar ninguem nestas investigacoes. Falar do SNASP e dos sul-africanos, poupando a propria lideranca da Renamo, nao completa a equacao. Dhlakama sabe alguma coisa, e possivelmente muita coisa. Nao queremos ter um presidente que nos esconda a verdade sobre assassinatos premeditados ou massacres.
E o snapeiro Sergio Vieira deve tambem ser arrastado para uma comissao de investigacoes para prestar declaracoes sobre esta questao. Deve haver uma certa ficha nos arquivos do SNASP sobre o caso dos Bombas.
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Beirense da Manga said...
Licos, o que a SNASP se aproveitou foi "boatar" que eles eram "do SI"!
O Boaventura foi denunciado por colegas da rádio, que andava a desviar fundos da rádio, juntamente com os amigos.
Talvez um destes colegas-amigos fosse infiltrado "do serviço SI-SNASP".
O Cristina tinha-lhe dito dias antes que o enviaria para o "interior", porque assim descobriria quem realmente "estava a roubar"!
O Boaventura conversou com os amigos, e estes "incitam-lhe que seria melhor limpar a zona" porque ir para o interior, era ir combater, e passar alguma fome e dificuldades próprias de guerrilheiro!
Após o crime, os presumiveis assassinos, incluindo os cúmplices que incitaram Boaventura,foram também interrogados pelo experiente Inspector Monteiro-o goês da ex-Pide, e este "definiu as regras-ordenou e todos obedeceram-SUL AFRICANOS E RENAMO", (porque era amigo de longuissima data do Cristina na cidade da Beira, TALVEZ POR VINGANÇA).
Em relação ao Adriano, a SI-SNASP, "deve ter infiltrado" nas zonas da Renamo indivíduos que "boataram" que "Francisco Bomba que vem da Africa do Sul" era "infiltrado pela SI-SNASP".
Daí os comandantes V. e John M.da Renamo, informaram o Estado Maior, que quando apanhassem algum (Bomba) o "tratariam como deve ser-obter confissão TALVEZ?".
O Estado Maior-Renamo aquiesceu (fez mal, podia ter intervenção positiva, protegendo o Adriano)-porque os dois Comandantes eram os mais experientes da Renamo em tácticas de combate- e Gen. Afonso soube dias depois que Adriano morrera "numa base atacada pelas tropas heli-transportadas zimbabweanas"!
Quem instigou a morte dos Bombas foi a SNASP, tratando-os em "surdina e boato" como "infiltrados do serviço" SI-SNASP..
A SNASP esteve -assessorado e a mando dos cubanos, chilenos refugiados e alemães do leste, -na origem das "eliminações físicas" e dos piores crimes cometidos em Moçambique durante 15 anos, após independência e também dentro da Renamo !
A Renamo pode ter cometido crimes (quem não pratica quando está a combater), mas quem está na guerra de guerrilhas existe sempre a dúvida da frase-"ou ELE ou EU", e quem não fosse reconhecido pela população "tratava-se e rápidamente confessavam", mas também a população "filtrava" e dava o veridicto -culpado ou incorporado-(porque também alguns eram "acompanhados-incorporados" e faziam bom treino militar, dando bons comandantes), que é ILEGAL em qualquer momento!
MAS ERA GUERRA!SOBREVIVÊNVIA É OBJECTIVO "PRIMA" NA GUERRA!!QUE FAZER!
Esses assuntos foram encerrados em 4 outubro 92- AGP em Roma.
Fica para HISTÓRIA, porque a maior parte das testemunhas já morreram de velhice ou de doença (HIV)!
O que Licos diz é verdade, o "negócio dos serviços secretos", normalmente devido ao carácter SUJO, é mesmo SECRETO!
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licos ivar said...
sra. Luisa Guimaraes:
Se quer saber sobre a fuga e a morte dos Bombas insisto orientar a sua investigaçao aos sul-africanos. Mas espero que tenha sorte de encontrar a pessoa justa. Vai ser dificil mas não impossivel. Boa sorte.
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licos ivar said...
Ao sr.Cristovao Matusse:
Não me leve a mal mas deixe-me dar-lhe um conselho:
No mundo dos serviços secretos- especialmente os da Afrca do Sul que tinham laços profissinais com o Mossad ( israliano)é muito muito copmlexo.A comissiao de reconcialiaçao era uma comiisao poitica- Os serviços secretos que testemunharam disseram aquilo que os politicos queriam ouvir...Não seja ingenuo caro amigo e nao siga à simples logica de analizar os serviços secretos
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licos ivar said...
Caro Sr. Francisco e Leitores
O sr.viveu de perto com estes assuntos.Por favor nos expliqque alguns pontos:
Os sul- africanos tinham desconfiança dos irmaos Bombas- pensavam eles que eram elementos da SNASP. Mas porque os Bombas fugiram de Moçambique? O que é que eles lhe contaram? A Frelimo hoje sob pressao admite que fuzilou muitos moçambicanos. E a Renmo? Quantos fuzilou? Elemntos suspeitos de serem agentes do inimigo o que é Renamo fez deles? Neste caso dos Bombas,ha muita informaçao, desinformaçao, meias-verdades e muitas mentiras.Talvez a SNASP saiba melhor. O problema é que a Afica de Sul continua a ser "muda" quanto ao passado especialmente quando se trata dos serviços secretos.A Frelimo tambem ela continua a ser muda. A Renamo pelo menos o sr. Afonso não acompanhava todos os eventos. Eu não tenho duvidas que os sul-africanos sabem muito sobre a morte dos Bombas. O problema é que os sul-africanos não tihnam muita confiança nos moçambicanos. Mas porque os Bombas fugiram? Será que a fuga que um dos Bombas fez com o aviao MIG 17 foi tudo uma farsa??...e que no fundo ele era da SNASP??....falou-se muito disto, no passado. Talvez a propria SNASP sabe melhor e não quer revelar. Qual foi a impressao que o sr. teve sobre os Bombas?...espioes?. Eu pessolamente como referi no passado penso que os Bombas foram mortos pelos sul-africanos.O Afonso nunca mandaria matar estes homens ( se é que mandou matar ele) sem autorizaçao dos sul-africanos.Quanto á sra.Luisa aconselho que faça tudo por tudo conhecer os antigos serviços secretos sul-africanos...e dialogue com eles. Nao vai ser facil mas é possivel porque muitos deles estao na reforma. Faça uma seria pesquisa....tenho um indivduo que talvez pode ajudar à senhora mas não sei como contactr a senhora.

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Cristovao said...
Caro Colega Luisa,
Para mim esta' claro que a versao do sul africano e' a que esta' certa.
Nao fazia sentido o sulafricano incriminar-se a ele proprio por algo que nao fez, ainda por cima perante uma comissao criada pelo governo do ANC.
A outra versao, a 1. nao faz sentido 'a luz daquilo que diversas testemunhas declararam perante a comissao da reconciliacao e verdade da Africa do Sul. ha' muita coincidencia de pontos de vista para ter havido engano. a 1. versao nao tem consistencia.
Abraço e felecidades na pesquisa,
Cristovao Matusse
ISCEF
Maputo
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Francisco Moises said...
A unica verdade que se sabe com certeza é que os irmaos Bombas, Adriano Bomba e Boaventura Bomba, foram mortos brutalmente. Segundo as informaçoes, Adriano Bomba foi assassinado muito violentamente por um grupo de guerrilheors da Renamo alegadamente mal que acabava de descer da avioneta que o trazia da Africa do Sul. Foi uma morte excessivamente bruta. Aposto que esta seja a versao verdadeira.
Depois dum certo tempo veio me a informaçao de que Boaventura, com uma complexao mais escura e um corpo duro do que o Adriano que era mais claro e mais comprido do que Boaventura, encontrava-se na Swazilandia. Encontrei-me com eles em Maio de 1982 naquela mesma farma onde Cristina foi abatido. Conversei com eles muito longamente e Adriano me dizia que eu estive muito inglecisado na minha maneira de agir, de pensar e mesmo o meu portugues ja tinha sido afeitado por ingles. Nao era de admirar.
Depois vi a bela familia do Adriano com um bébé. Quando penso daquela familia e do crime que foi cometido contra os Bombas, a minha humanidade fica magoada e nao ha que me reconcilie com Afonso Dhlakama e com a Renamo.
Houve depois a informaçao que Boaventura Bomba estava na Swazilandia e que andava muito magoado com a matança pela Renamo do seu irmao, Adriano. E depois desta informaçao, veio a contra informaçao do meu malogrado amigo Boaventura Lemane, que faleceu o ano passado nos Estados Unidos, dizendo que ambos os Bombas tinham sido mortos pela Renamo. Lemane tinha obtido a informaçao da gente da Renamo. Se a tal informaçao sobre Boaventura Bomba estava correcta ou nao, nao posso dizer. Mas é a informaçao que temos. Num mundo de mistérios, a verdade nunca sai a superficie, e a unica coisa que a gente sabe é o facto mas nunca as circunstancias dum acontecimento. E as circunstancias contadas por involvidos sao geralment invençoes e mentiras para cobrirem o seu crime. Investigaçoes nao sao a tradiçao da Frelimo nem da Renamo.
Dhlakama diz que Adriano Bomba "havia morto. Foi morto" sem dar detalhes como Chissano tambem instado por moçambicanos na Alemanha sobre os paradeiros do Padre Gwenjere, Uria Simango,Paulo Gumane, e outros, disse laconicamente: "estes foram mortos" e sem mais detalhes. Dar meros factos sem detalhar as circunstancias é uma faceta dos politicos assassinos de Moçambique tais como Afonso Dhlakama e Joaquim Chissano.
A informaçao da Renamo, que Adriano Bomba foi morto numa emboscada, parece fazer rir. Numa emboscada montada por quem, nao nos dizem. Parece uma rejogada da morte de Silverio Nungu, chefe das finanças da Frelimo na Tanzania, que foi preso e enviado para o campo de matanças (killing field) de Cabo Delgado onde foi baionetado vivo pela Frelimo em 1969. E depois...e depois...e depois,a Frelimo diz a viuva tanzaniana do Nungu que o Nungu morreu numa emboscada portuguesa. Realmente, numa emboscada portuguesa numa zona libertada?
Infelizmente, Fanuel Mahluza, que estava naquela farma, a 70 kms ao norte de Pretoria, na noite do assassinato do Cristina, faleceu alguns anos atras em Maputo. Nao podemos ter informaçoes dele. Mahluza estava na cama quando ouviu passos e tiro ou tiros. Os assassinos nao foram apanhados la. Nao é de admirar que pessoas sob tortura podem confessar aquilo que nao fizeram na esperança de que vao ser perdoadas.
O regime do apartheid nao era mais honesto do que outras tiranias do mundo. O que o Brigadeiro Van Nierkerk, homem que vi, diz deve ser tratado com cautela e nao devia, em principio, ser considerado como o esclarecimento. Van Nierkerk devia ter certas preocupaçoes sobre a verdade quando fazia as suas declaraçoes a Comissiao de Reconciliaçao. A preocupaçao dele devia ter sido de nao revelar que Cristina foi, provavelmente, morto pelos sulafricanos em coligaçao com o proprio Dhlakama, talvez? Van Nierkerk queria sem duvida proteger tambem Dhlakama que era fantoche dos sul africanos, que ele chamava "os meus pais." Cristina, homem de pensamento independente, nao queria que a Renamo fosse dominada completamente por sul-africanos.
Mesmo antes da morte de Cristina ja se falava duma forte clivagem entre Cristina e Dhlakama. Cristina era um administrador e havia certa humanidade nele -- um certo intelectualismo. Era muito diferente do analfabeto Afonso Dhlakama.
Luisa Guimaraes, num mundo de mistérios nao espere a verdade pura e simples. Contente-se por fim com estes dados daqui e dacola. E investigue mais.
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Luísa Guimarães said...
Sou estudante universitária e a minha tese versa “Guerras Civis e Conflitos Étnico-Sociais em Estados – PALOP. Os casos da Guiné-Bissau, Angola e Moçambique, 1975-2010”.
As notícias e debates no “Moçambique para Todos” são uma importante fonte de pesquisa e análise para o meu trabalho.
Um dos pontos que refiro na minha tese fala de dissidências, clivagens, e tendências em partidos, movimentos e organizações, suas ramificações e impactos.
Um aspecto que se apresenta nebuloso é a fuga e morte dos irmãos Bomba de Moçambique.
Qual das seguintes versões deve ser tida como a correcta?
Agradecia que cada um dos autores aprofundasse o tema reflectido na primeira e segunda versões, fornecendo fontes, de preferência primárias, orais ou escritas:

1. “O exemplo claro tendo sido os assassinatos de Adriano Bomba e do seu irmao Boaventura Bomba por ordens do Dhlakama.” – Posted by: Francisco Moises | 18/12/2010 at 18:02

2. “O Brigadeiro Van Niekerk prestou declarações durante a audiência do dia 23 de Novembro. Segundo ele, os suspeitos (Boaventura Bomba + 4 moçambicanos) de assassinato de Cristina foram levados para o Corredor de Caprivi (Namíbia), na altura ainda sob administração sul-africana, tendo aí sido submetidos a julgamento militar. Os cinco suspeitos foram depois executados a bordo de um helicóptero e lançados ao mar, presume-se que na costa namibiana.” – Moçambique para Todos | 21/12/2010
Obrigada,
Luísa Guimarães
Loulé
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licos ivar said...
Como voces todos sabem os serviços secretos de todo mundo são um governo dentro dum Governo, mesmo os que pertencem aos paises "civilizados" com forte democracias.Será que os serviços secretos sul-africanos terão dito à verdade sobre a morte do Cristina?? Não haverá havido secreto de Estado dentro dos serviços secretos sul-africanos? Daquilo que eu ouvi, parece que o Cristina foi abatido pelos proprios serviços secretos sul-africanos.Era muito muito facil os serviços secretos sul-africanos dizerem que os Bombas estavam envolvidos....Evidentemente depois de tanta tanta pancada os Bombas confessaram de algo que não tinham feito......recordam-se dos serviços secretos americanos o que fizeram no Iraque?? O que ouvi foi o seguinte entre as muitas especulaçoes:
-quando a Renamo deixa a Rhodesia) Zimbabwe e vai pra a Africa co Sul começou a ser controlda por serviços secretos sul-africanos, evidentemente. O que acontece?...Acontece divergencias entre Cristina e os serviços secretos sul-africanos porque o Cristina queria mais autonomia e independencia. Queria ser ele a orientar a Renamo e não queria ser um que seguisse as ordens dos sul-africanos. Houve serias divergencias. E isto os sul-africanos não gostarm. Há mais outras razoes mas não vou mais especular.Algo me diz que os Bombas nao foram os que mataram o Cristina. Mas voces sabem que o Paulo nos fins de 80 andava armado com uma pistola na pasta dele. É verdade, com uma pistola nas ruas de Lisboa. O Paulo diz que esteve presentena Farm ....está a mentir! O Paulo conheceu a Farm-isto é verdade. Mas no meio de tudo isto, os serviços secretos sul-africanos não toparam que o Paulo era da SNASP?...O Mascarenhas teve longa longa conversa com os serviços secretos sul-africanos.Como é que eles não toparam que ele era da SNASP....e matam os pobres Bombas como membros da SNASP...Todos estes eventos moçambicanos deixam-me com nojo,sinceramente mas fico triste quando penso nas familias dos Bombas
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Beirense da Manga said...
Constantino Reis quando fugiu da Renamo e entregou-se a Frelimo, foi entrevistado pelos jornais e rádios e contou pormenores da morte de Cristina.
O Paulo Oliveira (agente da Boss, segundo livro de Sérgio Vieira, e agente SNASP Alcino segundo ele mesmo) estava presente na farm-segundo o seu livro-, e detalhou.
Há um pormenor em falta no esclarecimento acima- parte do interrogatório em português foi feito pelo
Inspector Monteiro-o goês.Esse mesmo , indiciado da morte do Gen.Delgado!
O Boaventura tinha a tez muito clara, bem como uma irmã que viveu na Beira - trabalhava nos Sindicatos ou Delegação da Trabalho (circulava num carocha creme).
O móbil na altura parece ter sido de cariz financeiro, o Boaventura "andava" a desviar fundos, e arquitectou a morte de Cristina, que "andava a coca das contas"!
Talvez a Frelimo magoada pela fuga do Adriano a bordo do MIG17, "vingou-se" aproveitando a situação, "boatando" eles como membros do SNASP, para se vangloriarem da morte de Cristina!
Sujeira, só sujeira Licos!
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licos ivar said...
...É triste ler sobre a morte dos irmaos Bomba. Mas houve provas que os Bombas eram membros da SNASP? Há provas que os bombas mataram o Cristina ou confessaram para evitar torturas que eles sofreram durante o interrogatorio? Não nos esqueçamos que na altura tinhamos um governo Sul-africano que tambem estava envolvido em jogos sujos com a SNASP. Graças a Deus nunca nunca tive confiança nos SUL-Africanos. Quando tive um encontro com um elemento dos seviços secretos sul africano nos anos 80 em Roma pedi a ele respeitosamente que nao desejava de forma nenhuma q ser membro da Renamo e que não queria mais ter outro encntro com ele....Desconfiei sempre os Sul- Africanos. Houve muitos moçambicanos que tiveram mortes estranhas na Africa do Sul. Eu tive muita muita sorte com estes homens, com os homens da Renamo, da Frelimo porque já nos anos 80 notava-se que havia muito jogo sujo. Os factos deraam razao. Quem la sabe se a morte do Evo os sul-africanos não estavam envolvidos. Eu nunca percebi como é que o Mascarnhas e o Paulo Oliveira ( elementos da SNASP) conseguiram ter boas relaçoes com os sul-africanos.Ainda bem, que tudo isto passou...mas que jogadas sujas! E acho que há muita muita coisa que não sabemos e nunca vamos saber.

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