quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A DEFESA DE LOURENÇO MARQUES

A DEFESA DE LOURENÇO MARQUES, por Eduardo de Noronha(1936)

DefesaLMarques ...Manicusse era um chefe de guerra do rei zulu Chaka: um dia, a exemplo do que fez Muzilicatse, desertou das fileiras do seu general e benfeitor, e, acompanhado por um numero exército, com grande cópia de mulheres, atravessou o rio Pongolo, atacou Lourenço Marques, assolou a Xirinda, passou o Incomati e estabeleceu-se no Bilene, nas duas margens do Limpopo. Os povos que essa horda assaltava, mais pastores que guerreiros, nem se lhe poderam opor, nem tentaram barrar um dique àquela invasão de bandidos, para quem a guerra era uma profissão e necessidade e tornaram-se-lhe tributários. De tal forma se efectuou a invasão, tão impetuoso e forte foi o furacão que devastou as terras dos tongas (cães), que ainda há pouco um só vátua cobrava tributo em densíssimos centros de população, escolhia para si a mais formosa mulher, decidia milandos, roubava e assassinava, sem que um desses cães, por vezes valentes e arrojados, se lembrasse, num despertar de vingança, de cravar-lhe a azagaia em pelo peito.
Manicusse tão depressa hostilizava a autoridade portuguesa, como se lhe declarava seu tributário, claro está que, para quem recebia o tributo era ele representado na forma tradicional saguate, presente. ...
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(Grato ao Magno Antunes)